domingo, 10 de abril de 2011

Sedento





Foto: Henri Cartier Bresson



Não findei a minha vontade
Mas vejo tarde, o momento que vive.
Pelo outro, não me exponho, não me movo
Mas por teu cuidado, não sairei ileso
Percebo o viés do seu apreço
Mas vejo quando deito, quando adormeço
Que o outro ainda está em ti
E que tu é que não o deixas partir.


Entregastes o que em teu peito valia
Não resgatarás da noite a nenhum dia.
Entre meus estreitos de euforia
Certame que entreguei-lhe em nostalgia
Permanecerei desejos, constante
Oras mendigo, outras moleque, agora amante.
Mas resistes ao que me interesso
Fazendo presente o deverás egresso.


Do que quero ao momento que mereço,
Já não faço e nem mais aconteço.
Em mim, o que é teu, restaste o medo.
Da vontade, revelado o segredo.
Habitante no âmbito inseguro
Serei distante, manter-me-ei mudo.
De mim só será sentido
Aquilo que reciproco não puder mensurar.



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