terça-feira, 16 de agosto de 2011

Quero...




Eu quero
A liberdade descontrolada
O sentimento desmedido
Ser moleque, ser menino
Ser sensato e mais tranqüilo

Eu quero ser o seu grito
No silêncio da minha chegada
Ser o sorriso
No final de cada espera
Ser teu conforto
Na placidez do meu abraço
Ser a alegria que a energia
Do teu beijo me libera

Eu quero mais
Do que somos agora
A segurança
No caminho da tua volta
A certeza
Que emana a minha vontade
O teu sim
Que completa a minha verdade

Eu, certo ou errado, quero
De um querer infinito
Da paixão, do cansaço
Saber o que faço
Para tornar-me seu abrigo.


Oyá guerreira




Flor de encantos e malês
É sublime como os ifás
Tal beleza das yabás
Faz aflorar os êres

Ainda mais bela com os filás
Presos aos seus adês
Ah, quem me dera aos orixás
Presentear-me de tal lucidez

Desnuda da rispidez
Dança solta, em fúria rasa
Reluz o céu em raios e brasa
É tempestade aos seus quereres

Aos barros de vermelhidão
És Oyá guerreira
Menina, mulher de paixão
És bela, de forma inteira

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entrega



Dar-te-ei o tom
E em todo som
E de toda valsa
Que o coração pulsar

Dar-te-ei o vintém de mar
Na mais doce amplidão
Devastaste a escuridão
Aos olhos que imensidão
Poderá lacrimejar

Pois a espera do que foi sentido
Sabido da tua destreza
Ainda faz sentindo
Sem a ilusória beleza
Que a certeza não irá salutar

Mas se ainda permitires, gostaria
De fazer-te entender em plenitude
Totalizar-te em tua entrega
O que minhas palavras não disserem
No teu olhar, meu olhar revela

sábado, 6 de agosto de 2011

Compasso




Permita-me ao teu bailar
A conduzir-te em valsa doce
Ajeito o meu,
Como se seu jeito fosse
Compartilhando o teu caminhar.
Permita-se em meu pensamento morar

Oh, senhora cante,
Quero ouvir ao longe
Que o teu canto plante
O que minha palavra trouxe
Fizeste torpe o meu presente,
Senhora cante, ouvir-te-ei contente

Encantar-me do pensamento
Morar onde for contento
Referindo-se ao que já sente
Façamos a inércia, o movimento
Expurgaríamos o ato, já concreto
O que de fato é fraco, da ao novo um paralelo.