quinta-feira, 3 de março de 2011

Alvorada


Foto: Henri Cartier Bresson


Teimei em teu cuidado
E vi brotar a distância do teu querer.
Da dor do meu engano
Nasceu em ti o viés do entanto.

Sem mais angústias
Ou meu lamento,
O outro enfim,
Se fez atento.

Versado em me punir,
Inverti o meu sossego
Brutalmente ao que foi chama,
Aos antagonismos de quem ama,
Da flacidez, muscular do peito.

O que muito deleito
Não é mais do que agora,
Sementes que plantei outrora,
Nasceu o sim, no céu d’aurora.

Entre as vírgulas
Que compõe meu leito,
Não me julgues ao que é direito,
Na inconstância é que me deito.
De tudo que for contra o contrário,
Suspeito.




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