segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Fim ao acaso



Uma página em branco
e as mãos que anseiam a escrita
a história que teima em existir
de um fim que não devia começar


Ela que revela-se complexa
Ele que prefere simplificá-la
entre o espinho e a rosa
Ele prefere, ela
e ela prefere a prosa


Ele, aos versos
constrói a fala
E da fala inala a dor
dos dizeres, e sentires
permanece medo
dos segredos que habita
o novo amor


Ela, desnuda da coragem
percorre as vestes que cobre o teu corpo
Ele, semeia tempo
dentro de um abraço
de uma valsa ao acaso
quiçá ela lembrou


Ele, já quis ser distante
transporta-se ao mundo
que não era ela
Mas seria bobagem
fazer sentido a súbita vontade
que a vaidade o contaminou


Ela, moça arredia
já pronuncia o fim
do que ainda nem começou
Ele, já começa na certeza
de que o amor tem a beleza
que ela já complicou


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